proibido nadar

é sempre bom
lembrar
que todo mergulho
que mirei fundo
(dentro)
foi acidente
de
pernas e asfixia
no mar
na beira.

talvez minha mira
nao seja
certeira.

mesa

antes de apagar a luz,

abrir o pote

de geléia,

deixar ali, às moscas,

feito

não quisesse estar alí

nem gostasse do sabor

não sentisse

que era minha

a mão

do abandono.

sem jeito

um jeito torto

de transformar

tudo sempre

em quase,

muito feito talvez,

fosse mais

do mesmo.

estrangeiro

eu nem preciso
de rima
ou
forma
pra dizer
que nada
na vida
devia ser
dito
sem
poesia.

corta

perdi o meio

do filme

e vi as cenas de novo

pra ver se acredito

o quão distante

em tanto escuro

por quanto tempo

em quais momentos

filmei

ou era eu

ali

sentado

sem saber pra onde ir