domingo, 23 de março de 2014

o silêncio de tocaia no escuro
da noite
e dois olhos grandes de segredo,
olha-me.
nos três dias 
que se passam
num instante
chego a imaginar
que a medida do medo
é o tempo.

segunda-feira, 10 de março de 2014

pra cada pedaço seu
caber

desfaço as malas

derramo café
transbordo lençóis
escovo dentes,
penso amanhã
como seria
se só o amor
sobrasse.
penso em termos curtos
de sintaxe miúda,

o quão pouco
espaço

entre pessoas
e minérios.
não há ouro que valha,
revestido no couro
pedrífero,
e tiras e resmas
de gente pensando
outras coisas
por desejar.

que seja duro,
que saiba brilhar.
amar tem seus lances...
vez na praia,
ou na saia,
não perco mais tempo,
tomo minhas chances.

Intangível

​Exú corre no rio E atravessa o tempo Não tem pegada ou encruzilhada Exú corre no rio Tempo avesso e através.