quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Passageiro

Parado, para a dor.
E no meu aparador de sonhos
Só sonhos nuvens trespassam.
Daqui surgem e sobem fugindo
Chegando ao limite de minha razão
Quebram em gotas brilhantes e plenas
Encharcam-me a face, o mundo, meu
Sonho maior é sentir o orvalho
Que dos outros foi sonho um dia
Sorver todos eles, dispersos, etéreos.
Crescer como nuvem que sobe
Pra olhar o mundo de cima
Eu, que nunca voei.
Eu, que nunca temi.
Em um dia qualquer que chegasse
Na borda do céu condensante
Bater com força e quebrar-me
Em gotas dos eus e trovão
Pra chover, eu e meus sonhos
Num dia de sol. De sol.

Intangível

​Exú corre no rio E atravessa o tempo Não tem pegada ou encruzilhada Exú corre no rio Tempo avesso e através.