pensa;
vazio das coisas
visíveis
o céu continua lindo
imenso, macio de nuvens,
cheio de sol.
conclui então que a fórmula mágica
e instantânea seria a falta
das coisas de ver
ouvir
sentir
essencialmente a falta,
talvez de ar.
sabe;
falta amor nos muros
parques, bancos e sorvetes
lá no interior
(de nós, do país)
onde é serra
tanto faz mar
falta amor
nas palavras
indiscutivelmente
nas palavras.
cuida
dos passos que teus sapatos dão;
falta amor na sola
pisada,
lembra:
o chão tem o poder
de poder ficar pra trás
sem ser amado
sem ser julgado
pelo equilíbrio de tuas pernas,
virar passado
desesquecido
sem nunca ter feito
tropeçar
sexta-feira, 30 de março de 2012
quinta-feira, 29 de março de 2012
mantra II
é de janela meu pesar
já nela não há
verso cantado
olhar roubado
há tudo perdido
molhado na face
rapidamente seca
em travesseiros
e melodias
de amigos
travesseiros
esquecimento
e na falta que ela me fará
até não fazer mais
diferença
já nela não há
verso cantado
olhar roubado
há tudo perdido
molhado na face
rapidamente seca
em travesseiros
e melodias
de amigos
travesseiros
esquecimento
e na falta que ela me fará
até não fazer mais
diferença
quarta-feira, 28 de março de 2012
apontamentos florais
o despetalar é lento
constante
desflorir se faz importante;
reinvenção
máxima do algodoeiro
e a maciez
suprime
a beleza
constante
desflorir se faz importante;
reinvenção
máxima do algodoeiro
e a maciez
suprime
a beleza
quarta-feira, 21 de março de 2012
poças
descansa suas dores
nas rasuras, infunduras da minha superfície
mas mantém olho aberto
três passos
e já não há volta;
pra lá das pedras
o mar é cais
e só não afoga
quem souber nadar.
nas rasuras, infunduras da minha superfície
mas mantém olho aberto
três passos
e já não há volta;
pra lá das pedras
o mar é cais
e só não afoga
quem souber nadar.
sábado, 17 de março de 2012
reminiscências
só dá vontade de repartir a vida em mil pedaços
pra ir vivendo
um pouco
de cada vez.
vida inteira é demais pra mim
vivo tão pouco desse jeito
não tenho peito
pra sambar
nesse tom
pra ir vivendo
um pouco
de cada vez.
vida inteira é demais pra mim
vivo tão pouco desse jeito
não tenho peito
pra sambar
nesse tom
quarta-feira, 14 de março de 2012
noturnos
tranca minhas palavras
teu silêncio
cobertor noturno
que aquece
e esconde
meu corpo do teu olhar
e do sereno
teu silêncio
cobertor noturno
que aquece
e esconde
meu corpo do teu olhar
e do sereno
sexta-feira, 9 de março de 2012
sábado, 3 de março de 2012
estação
falar do inverno que me abraça
quando penso ou imagino
tua presença
já tão ausente
é fácil,
difícil é o verão
lá de dentro
quando penso ou imagino
tua presença
ou invento
que te vi
de relance
brincando de bem-me-quer
pra fugir de minha rotina
quando penso ou imagino
tua presença
já tão ausente
é fácil,
difícil é o verão
lá de dentro
quando penso ou imagino
tua presença
ou invento
que te vi
de relance
brincando de bem-me-quer
pra fugir de minha rotina
sexta-feira, 2 de março de 2012
Recife
o recife que há em mim
desimpede o oceano
de banhar-me as praias
onde tenho mais sol
imortal
o mangue nunca se acaba
ponte nunca se acaba
mundo lá fora desaba
do recife que há em mim
pra lá
aqui o oceano banha-me as praias
onde faço sol
imortal
desimpede o oceano
de banhar-me as praias
onde tenho mais sol
imortal
o mangue nunca se acaba
ponte nunca se acaba
mundo lá fora desaba
do recife que há em mim
pra lá
aqui o oceano banha-me as praias
onde faço sol
imortal
quinta-feira, 1 de março de 2012
tango nas ruas
passos caminhados contra o tempo
contra vontade dos pés
contra a natureza
da eternidade que há
num segundo,
das paradas abruptas
trancos secos no ar resistente
só os sustos das roupas
ficam
passam no correr pesaroso
imperceptível
e ficam
aquém.
a vontade de chamar-te
e que sentasse comigo
mãos enlaçadas
à beira da vida
passa,
e ao vê-la passar
passo o ponto
passa o tempo
quando
sei o quanto não entendo
contra vontade dos pés
contra a natureza
da eternidade que há
num segundo,
das paradas abruptas
trancos secos no ar resistente
só os sustos das roupas
ficam
passam no correr pesaroso
imperceptível
e ficam
aquém.
a vontade de chamar-te
e que sentasse comigo
mãos enlaçadas
à beira da vida
passa,
e ao vê-la passar
passo o ponto
passa o tempo
quando
sei o quanto não entendo
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Intangível
Exú corre no rio E atravessa o tempo Não tem pegada ou encruzilhada Exú corre no rio Tempo avesso e através.
-
Exú corre no rio E atravessa o tempo Não tem pegada ou encruzilhada Exú corre no rio Tempo avesso e através.
-
era lindo se eu dissesse que paralisei! qualquer cena dramática, teatrica, poéturgia do momento. mas há duas formas de se desistir de viver...