sábado, 21 de fevereiro de 2009

Sei que parece...

O mais que já se esconde, em segundos de cinza e fumaça,
Os quais que nao me deixam sossegar na tranquilidade do sofá,
Olhei o dia inteiro através da vidraça, na esperança única de um sorriso.
E ele já se esconde, me foje à visão turva, me curva.
Sei do escândalo e do devaneio, nada é em vão,
Alegria em pó, instantânea, sem cheiro nem cor...
Olhei o dia inteiro por entre vidraça, na esperança de um único sorriso.
Ele se dobra, esquiva na curva da estrada
Onde o vão é quase mais que nada.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Pós

Mergulhei laranja no preto reluzente
Brilhei neblinado como manhã no campo
Desfiz-me em gotas já antes formadas fumaça
Caí no fundo opaco de um copo translúcido.
Do ontem nada fiz que não correr,
O tempo foge e eu vou atrás,
Ganho um, dois ou dez minutos,
Nada fiz do hoje, deixei escapar.
Amanhã talvez eu consiga.
O tictaquear dos ponteiros pulsa mais alto,
Sinto-me branco, redondo, engavetado,
Sublimando pelos segundos enquanto rolo
Nas roupas velhas de alguém perfeito.
Sim, pulei do monte,
Refiz-me ar ao bater em água,
Sem passos no chão, corri como um velhote,
Esbarrei no muro que só eu não vi,
Não, o tempo não...

Intangível

​Exú corre no rio E atravessa o tempo Não tem pegada ou encruzilhada Exú corre no rio Tempo avesso e através.