sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Inconnu

- Realmente, eu não posso dar.
Não insista, por favor, já disse e repito.
Aquilo tudo, aqueles simples fatos,
Nada que o tempo não cure,
E se não curar, perdoa-me e toma um café...
Vai! Segue tua vida, segue que o caminho é longo,
E eu sou nada mais que um transeunte na tua estrada.
Insistir em um sonho é pura estupidez, tão tola.
Por deus, encarecidamente te peço que parta,
Vais daqui e leva contigo essa angustia facial.
Minhas mãos já tremem de te ver assim,
Preciso de minha consciência limpa.
Porque me olhas tão fundo?
Não posso dar o que não tenho dentro de mim,
Não adianta. Nem toda dor do mundo vai te ajudar.
- Olhe para mim, por favor.
- Sua voz é semelhante a algo que já ouvi...
Mas não tente me amolecer com sua maldita voz!
Seus olhos doces já tão opacos,
Nenhuma lagrima me mudará!
Faz-me chorar quando eu deveria rir,
Odeio-te por isso, vá embora daqui.
Vá embora e leve consigo meu desprezo,
Leva-o no bolso pra que um dia possa usá-lo.
Guarda esse espelho que eu já sumirei.
E olharás para o infinito sem ver nossa face.
Não me chame até que passemos o horizonte.

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Intangível

​Exú corre no rio E atravessa o tempo Não tem pegada ou encruzilhada Exú corre no rio Tempo avesso e através.